Archive for the 'Lésbica' Category



Esperança? É para esquecer…

Para quem tinha esperança no MEP (Movimento Esperança Portugal) para trazer uma lufada de ar fresco à cena política nacional, e para quem estava esperançado de que este movimento iria defender direitos e igualdades dos cidadãos Portugueses… desengane-se!

Estes senhores têm uma agenda política muito própria e olham para causas como a do casamento entre pessoas do mesmo sexo – que fez parte da moção apresentada e aprovada no congresso do PS para as próximas Legislativas – como uma táctica” para “incendiar e dividir o país”.  Como tantas outras vozes que entretanto já ouvimos argumentar da mesma forma, o presidente do MEP considera que estas questões não constituem uma prioridade no país e que irão dividir a sociedade. “A ideia é cobrir o eleitorado à esquerda”, criticou Rui Marques.

Tal como um leitor do artigo comentou, só não percebi se de facto ele fala no sentido de “cobrição” ou propriamente de “cobertura”, mas parece-me que temos aqui mais uma voz no sentido da “procriação”. 

A mim resta-me a esperança de que estas apresentações e afirmações públicas deixem de ter protagonismo, e acalento a esperança de que ainda algum dia seja possível acreditar que tod@s aquel@s que defendem os interesses de outrem não o fazem só porque têm algo a ganhar com isso… para além da contribuição para uma sociedade mais justa e livre. Isso sim, seria “cobertura”!

E como não há uma sem duas…

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A comunidade Lésbica em Portugal está viva e recomenda-se.

As meninas estão cheias de vontade de comunicar umas com as outras… Não sei se devido à proximidade da PRIMAvera, se ao aquecimento global… Ou qualquer outra razão que me transcende.

Bom, isto para dizer que acaba de surgir mais uma Rede Social destinada a mulheres lésbicas Portuguesas, portanto, aproveitem a dica, pois aqui está mais uma oportunidade de interagir com outras mulheres que certamente têm muito em comum e muitas coisas para partilhar!

Divirtam-se!

Classificad@s

classificados

Apesar da doçura demonstrada no anúncio, nunca esqueça que pode deprar-se com alguém que na realidade seja: psicopata, assassin@ e que esteja literalmente em busca de uma relação de curta duração!   🙂

Portanto, ao responder ao anúncio recorde que está por sua conta e risco! Quem avisa…

Assim sendo, esquece os eventuais perigos, avança destemida e responde ao anúncio?  Ou, apesar de muito tentada, não consegue ultrapassar o medo do desconhecido e não responde? 😉

 

imagem: Autor desconhecido

E se de repente…

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… ela me oferece flores, isso é impulso?

Sem Bikini… apesar do frio!

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Pois é, apesar do frio, foi ontem inaugurado o Sem Bikini Leswork e garanto que promete aquecer!

Trata-se de um Network destinado proporcionar o contacto a mulheres Portuguesas de orientação lésbica e bissexual.  Através desta plataforma é possível a interacção em diversos formatos, desde o chat em tempo real, até à formação de grupos. Possibilita a criação de um perfil e a partilha de textos, fotos, vídeo e música.

Gostei do ambiente bem disposto e descontraído que se vive por lá.

Apareçam! Quantas mais, melhor! Aqui a Aldeia já aderiu!

Partilhas

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Finalmente um raio de sol, ao fim de tantos dias cinzentos, muita chuva e frio. Acordei relativamente cedo e após um pequeno-almoço frugal decidi ir fazer uma pequena caminhada. Enquanto caminhava pela rua principal da Aldeia, encontrei uma vizinha que me abordou.

– Bom dia menina!

– Bom dia Dª Ermelinda, como vai?

– Bem, na graça de Deus! E a menina, como vai?

– Bem, obrigada. Aproveito este Sol para fazer uma caminhada e arejar!

– Faz muito bem, não fossem estas minhas cruzes que tanto me incomodam, bem que a acompanhava !

– Pois, é uma pena quando a saúde não ajuda.

– Mas ainda bem que a encontro, porque ando aqui com uma dúvida e acho que a menina é capaz de me ajudar…

– Então diga lá o que é, Dª Ermelinda.

– Depois que a minha sogra morreu – que Deus tenha a sua alma em descanso – temos andado a tratar das partilhas. Sabe como é, começa cada um a puxar a brasa à sua sardinha, e não tarda nada está o caldo entornado…

– Então porquê? Eu não sou advogada, como sabe, mas diga lá qual é o problema, pode ser que eu possa ajudar.

– Pois, eu sei que não é advogada, mas gostava de ouvir a sua opinião… O problema menina, é que há uma pessoa que no meu entender está a ser muito prejudicada com isto das partilhas… E eu não sei como a posso ajudar.

– Então, mas diga lá, qual é o problema.

– Bom… Isto é um assunto bastante íntimo, mas como confio na menina para não ir falar sobre isto com outras pessoas, é o seguinte… A minha sogra era viúva há muitos anos, a menina sabe… e vivia lá em casa com ela aquela amiga que também era viúva…

– Sim, sei quem é, a Dª Fernanda. E então?

– Bom, a questão menina, é que elas eram mais do que amigas… Entende o que eu lhe estou a dizer?

– Ah! Sim, entendo… E então?

– Pois… Elas viviam juntas, pronto, mas nunca se podia falar no assunto, entende… O meu marido então,  uma vez quase que me batia por causa disso… E não dirigia palavra à mãe há muitos anos  por essa razão.

– Agora entendo essas zangas. Mas então, qual é o problema que a preocupa agora?

– O problema é que a Fernanda enquanto viveu com a minha sogra sempre contribuiu para tudo… A casa, as despesas do dia a dia, enfim, tudo… E, agora que a minha sogra faleceu, o meu marido e os irmãos não querem que a Fernanda tenha direito a parte dos bens nas partilhas, porque a casa e as terras estão todas em nome da falecida!

– Isso é mesmo uma injustiça, e temo que a Dª Fernanda não vá conseguir grande coisa… Vai estar dependente da boa vontade alheia… Mesmo que consiga provar que vivia em união de facto.

– Sabe menina, agora entendo aquela conversa sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Se elas fossem casadas, agora a pobre Fernanda, para além de ter ficado sem a companheira, não teria também de lutar para ficar com as coisas a que justamente teria direito… se houvesse justiça.

– Esse é o problema Dª Ermelinda, a desigualdade perante a justiça, e a hipocrisia das pessoas que por um lado descriminam, mas depois, quando se trata de bens e riqueza logo esquecem que antes tinham abandonado a outra pessoa!

– Quer dizer então que não tenho como ajudar a Fernanda?

– Pois, infelizmente parece-me que não, a não ser que consiga fazer ver ao seu marido e aos irmãos dele a injustiça que estão a cometer…

Telhados de vidro

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Eu sei que a foto não corresponde ao título do post, mas quem disse que telhados de vidro são literalmente telhados feitos de vidro? Os telhados de vidro são tantas coisas. Coisas novas, coisas velhas, geralmente coisas que queremos ocultar utilizando uma estratégia muito própria; a de chamar a atenção sobre os telhados dos outros.

Pois o meu telhado está aqui… mal cuidado, dirão alguns, cheio de tantas coisas que não deviam estar lá, dirão outros. Mas o certo é que estão, e não tenciono esconder ou retirar nenhuma delas. O meu telhado só serve para me abrigar do mau tempo lá fora. De vez em quando lá ajeito uma telha ou outra para que não me chova em cima, mais nada.

Abrigada debaixo dele olho em volta e vejo os outros telhados da aldeia. No geral são telhados bem cuidados, telhas limpas, bem arrumadas, novas… Mas o telhado não faz a casa, e essa sim é que me importa, o que está lá dentro, os seus alicerces.

O vento pode chegar e levar o telhado, mas se a casa tiver bons alicerces a estrutura aguenta-se e só haverá necessidade de substituír as telhas. Mais difícil será sempre reconstruír toda a casa. A minha é sólida.

Por que raio me fui lembrar de telhados de vidro?

O casamento a referendo?! Não!

Como seria de esperar, lá estão os falsos moralistas, que até se intitulam pertencentes a grupos que não existem oficialmente, a atacar a moção que o nosso PM José Sócrates vai colocar ao congresso do PS, como parte do programa de governo para as próximas legislativas, que pretende tornar possível o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo no nosso país.

Vale de facto tudo quando se tem uma visão preconceituosa do mundo, e este auto-intitulado “Grupo de Socialistas Católicos” é só mais uma tentativa de gerar a dúvida e a confusão na opinião pública. Não lhes admito que se intitulem de uma coisa que eu também sou – Católica – para me atacarem por outra coisa que eu sou em simultâneo – Lésbica!

Quer este grupo que a questão do casamento Gay seja ,no mínimo, sujeita a referendo… Como se os direitos fundamentais das pessoas fossem questões sujeitas a referendos! E o porta-voz do grupo ainda se dá à liberdade de soltar pérolas homofóbicas e preconceituosas como estas: “os casamentos gay fazem parte de um conjunto de propostas aberrantes, como a eutanásia ou a legalização das drogas e da prostituição“, tudo isto debaixo da capa de ser “católico“? Francamente Sr. Claudio Anaia, esta sua afirmação é que é uma perfeita aberração!

Porque insiste esta gente em querer misturar as coisas? O casamento de que falamos é o casamento Civil. Tal como diz também a notícia no Correio da Manhã, os casamentos só pelo Civil, são actualmente cerca de 1/3 do total dos casamentos realizados, o que quer dizer que também aqui a Igreja está a perder terreno, num país oficialmente Católico.

Mas, não somos nós, Gays, que vamos contribuír para o aumento ou redução dos casamentos pela Igreja, até porque não somos bem vindos por lá, por tudo o que se pode ler nas notícias e nas opiniões de representantes da Igreja, desde o Papa que nos pretende “tratar de forma ecológica“, como fez no seu discurso de Natal, até ao porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa que nos chamou de distracções!

A única coisa que queremos é o reconhecimento mais do que devido de direitos fundamentais. O casamento confere um elevado numero de direitos e obrigações, dos quais os casais Gays não têm de ficar inibidos em relação à restante população.

Estamos a falar de direitos sucessórios, de assistência à família , de impostos, de seguros de saúde, etc.. Estamos a exigir o acesso a uma série de coisas que a restante população tem como garantidas mas que a nós estão vedadas, únicamente com base na discriminação, pela nossa orientação sexual.

Menos mal que a posição da JS e de Vitalino Canas (porta-voz do PS) não nos dão indicação de que a questão ainda venha a ser submetida a referendo! Por enquanto…

Cantar os Reis!

cantar_os_reis

Aqui na Aldeia, como em todo o mundo Cristão, encerra-se o ciclo Natalício no dia 6 de Janeiro, e é hoje, na madrugada de 5 para 6 de Janeiro que mantemos viva uma tradição que se tem vindo a perder – Hoje a Lésbica da Aldeia vai também integrar o grupo de “Reiseiros”, ou seja, o grupo que vai pela Aldeia, de porta em porta, cantar os Reis e “reclamar a parte de Deus”… Este ano, como nos anteriores, a animação e o bom acolhimento não vão faltar, e em todas as casas que iremos visitar deixaremos a nossa marca com votos de felicidade e prosperidade. Em troca, receberemos comida e bebida para dar força à voz e para ajudar a enfrentar o frio!

Feliz dia de Reis a todas!

Que dizer quando o amor acaba?

Ouvi hoje na rádio local, enquanto retirava as ervas daninhas do canteiro de amores-perfeitos que tenho no meu quintal, uma frase que me fez recordar um amor antigo.

Que dizer quando o amor acaba?”

Já muitas vezes me colocara a questão, mas antes, tal como agora, quando me questiono sobre aquela que foi a minha notória incapacidade de falar, discutir e defender o que sentia, não chego a conclusão alguma… esta foi mesmo uma das poucas ocasiões que recordo em que as palavras não me saíram. Hoje continuo sem encontrar as palavras e continuo também sem saber explicar como e por que acabou.

Tal como este canteiro de amores-perfeitos, de onde hoje cuidadosamente retiro as ervas daninhas, talvez o meu amor por ela necessitasse de maior cuidado, não sei.

Os amores-perfeitos são frágeis. Enquanto os cuido, tento perceber os seus traços. Parecem ter firmeza, nas suas cores vivas, nos seus contrastes, mas ao sabor do vento crescem e ondulam, como que traçando o rumo de estrelas cadentes.

Tento colocar em palavras os traços destes amores-perfeitos. Que dizer quando o amor acaba, se as minhas palavras têm justamente os tons e os traços de um amor longe… longe de ser perfeito?


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